domingo, 31 de março de 2013

UM GRANDE CLÁSSICO DA LITERATURA UNIVERSAL

MOBY DICK




Dizer que se trata de uma história de caça à baleia em que o capitão Ahab procura vingar-se de um primeiro encontro com o monstro que lhe arrancara uma perna é demasiado simplista. Este livro, como todas as grande obras, tem uma multiplicidade assombrosa de leituras.
Harold Bloom, conhecido crítico literário americano, tem grande paixão por este livro que considera a epopeia da América. "Moby Dick é o paradigma ficcional do sublime americano" - escreve no seu "Como ler e porquê", (Ed. Caminho, 2001).

O capitão Ahab é o herói-vilão trágico que arrasta para a morte a tripulação do seu navio, o Pequod. Mas ela, se o pressente, não recua, porque a morte é apenas uma possibilidade remota. A vida é uma viagem e nunca sabemos a duração dela - tal como a tripulação do velho baleeiro. A viagem do Pequod acaba por ser longa e aventurosa,  como a vida dos velhos. Embora saibamos que o fim é inevitável, mantemos a esperança de que algo sobreviva - e o mesmo sucede com a tripulação. E isso acontecerá, deixando ao leitor uma porta aberta para a esperança ou para a eternidade.

Será Ahab a personagem central? Não sei e esse desconhecimento é, para mim, o grande fascínio deste livro. O velho capitão está presente mas distante como horizonte de um destino ameaçador. Ismael, o jovem narrador, é que está perto de nós e o seu desejo ingénuo de aventura protege-nos do terror de nos encontrarmos face a face com o homem da perna mutilada. Desde os primeiros capítulos, em que nos confessa as suas manias e nos leva à estalagem misteriosa onde se vê deitado na cama com um índio tatuado e aterrorizador, tornamo-nos cúmplices do seu embarque no Pequod e vamos acompanhá-lo até ao fim. Embarcamos com ele e não temos alternativa senão seguir pelos mares sem fim, participar nas perigosas caçadas às baleias, aprender as manhas da vida a bordo, conhecer os caracteres fascinantes do pequeno cosmo humano da tripulação.

É célebre o primeiro parágrafo de Moby Dick:


Tratem-me por Ismael. Há alguns anos — não interessa quando — achando-me com pouco ou nenhum dinheiro na carteira, e sem qual­quer interesse particular que me prendesse à terra firme, apeteceu-me voltar a navegar e tornar a ver o mundo das águas. É uma maneira que eu tenho de afugentar o tédio e de normalizar a circulação. Sempre que sinto um sabor a fel na boca; sempre que a minha alma se trans­forma num Novembro brumoso e húmido; sempre que dou por mim a parar diante de agências funerárias e a marchar na esteira dos funerais que cruzam o meu caminho; e, principalmente, quando a neurastenia se apodera de mim de tal modo que preciso de todo o meu bom senso para não começar a arrancar os chapéus de todos os transeuntes que en­contro na rua — percebo então que chegou a altura de voltar para o mar, tão cedo quanto possível. É uma forma de fugir ao suicídio. On­de, com um gesto filosófico, Catão se lança sobre a espada, eu, tran­quilamente, meto-me a bordo. E não há nisto nada de extraordinário. Embora inconscientemente, quase todos os homens sentem, numa al­tura ou noutra da vida, a mesma atracção pelo oceano.


Aos "Viajantes" destas "Viagens com Palavras" deixo o convite: aventurem-se a ir com Ismael. Eu vou convosco.


quarta-feira, 13 de março de 2013

A ÍNSULA DIVINA - Ilha dos Amores / A PEREGRINAÇÃO DE FERNÃO MENDES PINTO


14 MARÇO 20
17ª SESSÃO


Vasco da Gama na Ilha dos Amores
(OS LUSÍADAS, ed. Morgado de Mateus, Paris, 1817.
desenho de A.- J. Desenne; gravura de Richomme)



«Oh! Que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo;
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.»

(estr. 83, Canto IX)

1.
a) - Contextualização do episódio na obra.
b) - O lugar da mitologia em OS LUSÍADAS, segundo António José Saraiva
c) - Leitura de alguns excertos














2. 
a) - Fernão Mendes Pinto: o anti-herói épico?
b) - Leitura de excertos da PEREGRINAÇÃO




Algumas imagens do Power Point utilizado nesta sessão:







Nota: Ver textos de apoio na PÁGINA 3.

quarta-feira, 6 de março de 2013

EPISÓDIO DE INÊS DE CASTRO

16ª SESSÃO                                                                                                             7 MARÇO 2013



Súplica de Inês - Eugénie Servières


1 - Contextualização histórica e antecedentes literários 
         Estrutura do episódio:
      
                      > Introdução (est. 118 -119)
                      > Desenvolvimento (est. 120 - 132)
                      > Conclusão e considerações do narrador

2 - Obras posteriores sobre Inês de Castro


OS LUSÍADAS - Episódio de Inês de Castro

in: OS LUSÍADAS, edição organizada por
António José Saraiva;Livraria Figueirinhas, Porto
3ª ed., 2006

Clicar para aumentar:











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Nota:

É notória a alteração à planificação proposta no início destas sessões.
Tal deve-se:
          - às  características do grupo de "viajantes" e à sua receptividade. 
          - às interrupções verificadas e às limitações de horário

Dado que só haverá mais uma sessão antes da interrupção da Páscoa, finalizaremos a abordagem a'OS LUSÍADAS nessa última sessão.