quinta-feira, 30 de maio de 2013

ÚLTIMA SESSÃO DESTE ANO LECTIVO



Em jeito de conclusão foi feita referência às apreciações escritas dos viajantes na sessão anterior.
Foram positivas e sublinharam a validade do trabalho realizado.

Pela minha parte fiz uma breve avaliação e deixei perguntas, como se pode ver neste quadro retirado do P Point apresentado:



Os viajantes pretendem continuar para o próximo ano. Pela minha parte, também estou motivado a prosseguir.
Embora se mantenha a ideia de viajar nas palavras, o fio condutor não será o dos "livros de viagem". Teremos de optar por outro. Proponho:

 ESCRITORES E LUGARES: abordagem centrada na relação do escritor com um lugar.

          Bocage e Setúbal
          Camilo C. Branco, o Porto e o Minho
          José Régio e Portalegre
          Miguel Torga e Trás-os-Montes
          Alves Redol e o Ribatejo
          Florbela Espanca e o Alentejo
          Camilo Pessanha e Macau
       
São 7 autores. Cada um será estudado em 3 sessões, o que dá um total de 21. Restam 3 ou 4 sessões para outros temas casuais, pois o total andará à volta das 25.

Sendo certo que na AUTITV (a nossa associação senior) há o saudável costume de completar os temas estudados com visitas aos lugares relacionados com eles, proponho que, em data a definir, seja feita uma visita à CASA DE CAMILO, em  S. Miguel de Ceide (Vila Nova de Famalicão)
.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

DIREITOS E DEVERES DO LEITOR



Foi Daniel Pennac, num livro que teve enorme êxito - COMO UM ROMANCE - quem definiu estes direitos, que ele adjectivou de "inalienáveis":


1 - O direito de não ler

2 - O direito de saltar páginas

3 - O direito de não acabar um livro

4 - O direito de reler

5 - O direito de ler não importa o quê

6 - O direito de amar os "heróis" dos romances

7 - O direito de ler não importa onde

8 - O direito de saltar de livro em livro

9 - O direito de ler em voz alta

10 - O direito de não falar do que se leu


Respeitemos, então, esses direitos mas sem esquecer os deveres:

Os Deveres do Leitor

1.   O dever de tratar com cuidado todos os livros.
2.   O dever de ler com uma postura ativa e crítica perante o que lê.
3.   O dever de ler uma grande variedade de livros, desde a ficção à não-ficção.
4.   O dever de promover a leitura nos mais diversos suportes, em todo o lado, com toda a gente.
5.   O dever de frequentar bibliotecas.
6.   O dever de requisitar, oferecer e emprestar livros.
7.   O dever de divulgar todas os sites e projetos que promovam a gratuitidade e fácil acessibilidade da 
      leitura on-line.
8.   O dever de se cultivar para melhor apreender os significados da mensagem escrita. 
9.   O dever de se defrontar com livros de crescente complexidade.
10. O dever de defender a liberdade de opinião e de expressão
.

"Deveres" retirados daqui:
http://kispoonline.blogspot.pt/2011/02/os-deveres-do-leitor.html

Nota: COMO UM ROMANCE, Daniel Pennac, 1ª ed. em França 1992, 1ª tradução em Portugal em 1993, edição ASA Editores



domingo, 26 de maio de 2013

DAR CONTA E DESAFIAR


23ª SESSÃO                                                                                                           23 MAIO 2013



Gravura inserta no livro A FORMOSA LUSITÂNIA




Muito sucintamente: nesta sessão foi apresentado o livro A FORMOSA LUSITÂNIA e lidos alguns excertos.

Naturalmente, fez-se a contextualização da obra no tempo político português em que que foi escrita: o período da Regeneração, a partir de 1851, caracterizado pela acalmia política e abrandamento da conflitualidade que tivera o auge nos anos 1832/34 com a Guerra Civil.

Referiu-se  também o Fontismo, a propósito do ano de 1873, em que a autora visitou Portugal. Desde 1871 que Fontes Pereira de Melo chefiava o Governo e iniciara um ambicioso programa de obras públicas.

A parte final da sessão foi ocupada com a resposta a um pequeno questionário destinado a avaliar o que se fez ao longo do ano e o eventual interesse em continuar no próximo ano.

No final, pedi que a última sessão, que será no próximo dia 30 de Maio, seja ocupada pelos participantes com a apresentação de um livro à escolha de cada um, referindo a razão da escolha e transmitindo o que acham de interessante nesse livro.

Aqui fica o desafio: tragam um livro de que gostem muito e expliquem a razão desse gosto.

E não se esqueçam da inscrição no Passeio / visita a Ìlhavo, que será em 18 de Junho.

Obrigado.

terça-feira, 21 de maio de 2013

UM FORMOSO LIVRO







Nos séculos XVIII e XIX Portugal foi destino turístico muito procurado pelos europeus em geral e ingleses em particular. O fausto da corte de D. João V e o terrível terramoto de 1755 atraíram os viajantes de Setecentos; os ecos da Guerra Peninsular bem como as crescentes facilidades de transportes trouxeram os turistas de Oitocentos. Para os ingleses acrescia a prosápia de se sentirem senhores em protectorado político e económico - daí os seus relatos não raro caluniosos e eivados de preconceito para com os bárbaros do sul. 





Ao contrário dos escritos da maioria dos ingleses que andaram por Portugal e que cederam ao erro tão comum de generalizar a toda a população uma impressão particular ou um acontecimento fortuito, o livro de Lady Jackson A FORMOSA LUSITÂNIA é um relato curiosíssimo de alguém que soube respeitar o país que visitou e que o olhou com sensibilidade e abertura de espírito. Sem deixar de ser crítica, soube enquadrar o que observou nas contingências de um país sem recursos e que mal saíra de um longo período de conflitos – a Guerra Peninsular e a Guerra Civil. Foi seu propósito expresso “combater a arrogante, desdenhosa e ignorante opinião que os ingleses tinham de Portugal como um país atrasado, retrógrado, inculto.”
Um dos aspectos mais atraentes da edição portuguesa, publicada em 1878, três anos depois da primeira edição em Inglaterra, é a tradução da autoria de Camilo Castelo Branco. O grande prosador censura alguns deslizes e excentricidades da autora, em notas bem-humoradas, por vezes no seu jeito sarcástico, mas reconhece e enaltece a validade e interesse da obra. A edição de que nos servimos, de 2007, respeita integralmente a primeira, incluindo as 21 gravuras da época, de que reproduzimos a que representa o Cais do Sodré naquela época


Para os interessados: A FORMOSA LUSITÂNIA – Portugal em 1873, Catherine Charlotte Jackson; tradução e notas de Camilo Castelo Branco, edição Caleidoscópio, Casal de Cambra, 2007



Texto da contra-capa: 

Em Julho de 1873, proveniente de Londres, desembarcava em Lisboa a inglesa Lady Jackson. Demorar-se-ia por Portugal até Outubro do mesmo ano e, ao partir, não foi sem saudades profundas que disse adeus à Formosa Lusitânia. De volta a Inglaterra publica, logo no ano seguinte, Fair Lusitânia, que, apenas três anos volvidos, mereceu tradução de um dos maiores vultos das letras portuguesas oitocentistas, Camilo Castelo Branco, um conhecedor das narrativas produzidas por viajantes estrangeiros em Portugal. Na Advertência e nas deliciosas notas que acompanham a sua tradução, Camilo, reconhecendo embora que se trata de "um livro digno e honrado", não deixa de criticar, corrigir e comentar os erros, "inexactidões" e "excentricidades" contidos na obra, muitas vezes com ironia e sarcasmo. Curiosamente, tendo tido acesso à tradução portuguesa do seu relato, Lady Jackson defendeu-se das críticas maliciosas de Camilo em carta dirigida ao romancista, com data de 19 de Janeiro de 1879, e que aqui se publica pela primeira vez. A história da literatura de viagens sobre Portugal de autoria britânica também se conta no feminino. Acompanhemos, pois, o olhar que Lady Jackson lançou sobre a realidade portuguesa no reinado de D. Luís, o relato das experiências que viveu e das recordações que guardou - porque toda a escrita de viagem resulta, ao mesmo tempo, de uma viagem no espaço geográfico e de uma viagem pela memória.  



quarta-feira, 15 de maio de 2013

22ª SESSÃO - VIAJANTES ESTRANGEIROS EM PORTUGAL







Podemos ver AQUI o apontamento que registámos neste blogue em 6 de Maio.

Servirá de introdução à leitura de excertos da obra de Carl Ruders que faremos na sessão de amanhã, a 22ª.

Nela faremos também referência a outras obras que relatam viagens de estrangeiros em Portugal e qual o seu interesse para o estudo do passado.
Há uns anos eram vistas com grande desconfiança mas hoje parece haver um lugar próprio para elas, devido sobretudo ao estabelecimento de critérios mais rigorosos de leitura, acompanhados do cruzamento das suas informações com as de outras fontes.
As impressões de viagem são, por natureza, carregadas de subjectividade e revelam mais sobre os autores do que sobre a realidade que descrevem. Por isso a abordagem destas obras tende actualmente a relativizar os juízos de valor e as apreciações pessoais e a focar-se sobre aspectos da vida quotidiana que as fontes primárias tradicionais não raro descuram.
Vistas a esta luz, os relatos dos viajantes estrangeiros em Portugal são muitas vezes apaixonantes pois nos arrastam para dentro da vida dos contemporâneos com quem privaram e que nos surgem plenos de vida em toda a sua humanidade.

sábado, 11 de maio de 2013

A NÃO PERDER

Está já marcada a palestra de que falámos há tempos atrás, na sessão de 4 de Abril:



21ª SESSÃO - A CAMPANHA DO ARGUS


Na 21ª sessão, em 9 de Maio, abordámos a obra de Alan Villiers, A CAMPANHA DO ARGUS, como preparação para a visita de estudo que será em 18 de Junho próximo.
Vejamos algumas das imagens do power point dessa sessão:



Percurso da visita guiada ao Museu Marítimo de Ílhavo e Navio-Museu Santo André:



Navio bacalhoeiro Santo André, fundeado na Gafanha da Nazaré


Interior do Museu Marítimo






A obra de Alan Villiers:

Alan Villiers





Algumas fotos de Alan Villiers, doadas ao Museu de Ílhavo:














quarta-feira, 8 de maio de 2013

PEQUENA ALTERAÇÃO

Antes de abordarmos os relatos de viagens de estrangeiros a Portugal nos séc. XVIII e XIX, ainda teremos uma sessão sobre a saga dos bacalhoeiros portugueses. Será uma forma de prepararmos a visita guiada ao Museu Marítimo de Ílhavo.
A sessão centrar-se-á na história do navio ARGUS

A CAMPANHA DO ARGUS




O navio ARGUS é o mais conhecido navio da frota bacalhoeira portuguesa, a célebre "white fleet".
Ficou conhecido mundialmente pela relato de Alan Villiers publicado em 1951 com o título A CAMPANHA DO ARGUS. A. Villiers, repórter australiano da National Geographic, aventureiro e comandante de navios, foi convidado pelo governo português para fazer a reportagem de uma campanha de bacalhau nos bancos da Terra Nova. Embarcou no ARGUS e fez aquele que é hoje o mais completo testemunho da pesca baseada em navios veleiros e dóris - pequenas embarcações tripuladas por um só pescador. Villiers tirou inúmeras fotografias de grande qualidade, escreveu um livro e fez um filme documentário.

O ARGUS continuou a faina até aos anos 70 do séc. XX, altura em que foi vendido e transformado em navio de cruzeiros nas Caraíbas, com o nome POLYNÉSIA II. Em 2007, por problemas financeiros do proprietário, o navio é ancorado em ARUBA, próximo da costa venezuelana e entra em grande degradação. Os leilões de 2008 não têm sucesso.
Em 2009 a empresa Pascoal & Filhos adquire-o em leilão e trá-lo de reboque para Aveiro com a ideia de o recuperar. É isso que é explicado por Aníbal Paião, sócio da Pascoal e sobrinho de um dos últimos capitães do ARGUS, nesta reportagem:

http://www.publico.pt/multimedia/video/pode-um-navio-contar-a-historia-da-pesca-do-bacalhau-20121204-120237

Na próxima sessão de VIAGENS COM PALAVRAS, em 8 de Maio, falaremos na história do ARGUS e leremos passagens do livro de Alan Villiers, A CAMPANHA DO ARGUS.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

UM SUECO EM LISBOA



O sueco Carl Israel Ruders foi capelão da Embaixada da Suécia em Lisboa entre 1898 e 1802. Durante a sua estada em Portugal, escreveu algumas dezenas de cartas para os amigos da pátria distante, respondendo assim ao pedido que eles lhe haviam feito para que fosse dando conta do que via por cá. 
Regressado à Suécia, perante o sucesso das cartas que circulavam entre amigos e curiosos, resolveu editá-las em livro, que logo seriam traduzidas para alemão. O diplomata e escritor António Feijó (1859 - 1917, que foi embaixador na Suécia) traduziu grande parte da obra do alemão para a nossa língua e publicou-a no Diário de Notícias . A Biblioteca Nacional viria a editar essa tradução em 1981. Na segunda edição de 2002, saiu um segundo vol. que inclui as partes que A. Feijó havia omitido, possivelmente por razões de espaço no jornal.

A obra de Ruders é considerada um dos melhores e mais fidedignos testemunhos escritos por estrangeiros nas suas viagens a Portugal, ao contrário de outros relatos manchados pela falta de rigor, pelo preconceito ou por generalizações abusivas.

Podemos ler a seguir a transcrição de uma das cartas em que Ruders, um grande apreciador de Ópera, se refere aos espectáculos que viu em Lisboa.

(clicar na imagem para ver todo o texto):



AQUI podem ler-se as primeiras 89 pág. do livro.
De salientar que até à pág. 24 poder ler-se o notável prefácio de Castelo Branco Chaves sobre os relatos de viajantes estrangeiros em Portugal e sobre a obra de Ruders.



quinta-feira, 2 de maio de 2013

LISBOA DO SÉC- XVIII


Nas próximas aulas abordaremos textos de estrangeiros que viajaram em Portugal nos séc. XVIII e XIX. A imagem inspiradora é esta gravura de Lisboa no séc. XVIII.